A confirmação da entrada do deputado federal Thiago de Joaldo (PP) no grupo político da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), escancarou o que já vinha sendo comentado nos bastidores: a articulação da possível chapa para 2026 foi feita dentro da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), vinculada à própria gestão municipal.
O problema não é apenas ético, pode ser ilegal. Tanto Thiago quanto o presidente da Emurb, Hugo Esoj, já admitiram que trataram de assuntos eleitorais nas dependências da empresa. E o uso de estruturas públicas para fins eleitorais é proibido por lei e pode configurar improbidade administrativa.
Tudo isso vem à tona justamente no momento em que Aracaju enfrenta uma grave crise na coleta de lixo. O acúmulo de resíduos nas ruas tem gerado um desgaste crescente para a administração municipal, pressionada por moradores que cobram soluções. Mas, em vez de focar na gestão, a prefeita parece focada apenas em 2026.
Com a oposição ainda desorganizada e sem um nome forte para disputar o governo do Estado, Emília e aliados já se movimentam em busca de opções. Mas a pressa em montar chapa dentro de repartição pública, enquanto a cidade afunda no lixo, pode cobrar seu preço mais cedo do que eles esperam.