O deputado federal Thiago de Joaldo, que há poucas semanas se retratou publicamente após a repercussão negativa de seu voto favorável à chamada “PEC da Blindagem”, texto que foi amplamente criticado por dificultar investigações contra parlamentares, volta a ser alvo de críticas por uma postura considerada completamente incoerente.
Depois de pedir desculpas e admitir “erro” naquele episódio, o deputado agora ataca jornalistas, insinuando perseguição política justamente ao ser questionado sobre seus gastos de gabinete, que diga-se de passagem é uma atividade legítima da imprensa questionar.
E essa tentativa de transformar esse questionamento legítimo da imprensa em ato de perseguição contrasta diretamente com o discurso que Thiago tentou construir quando reconheceu o equívoco do voto à PEC da “bandidagem”, como ficou apelidada.
A contradição reforça a dificuldade de o deputado lidar com críticas e de sustentar coerência entre o que diz e o que faz. O mesmo deputado que pediu desculpas ao ser pressionado pelo voto na PEC da Blindagem, justamente uma proposta que buscava limitar a atuação de órgãos de investigação, agora ataca jornalistas investigativos por exporem gastos e contratos suspeitos de seu mandato. Ou seja, o que Thiago realmente demonstra é incômodo com qualquer forma de fiscalização, que podem derrubar sua mascara de bom samaritano.