A repercussão em torno da possível ida do deputado federal Rodrigo Valadares para o comando do PL em Sergipe levantou questionamentos que vão além da simples disputa partidária. Nos bastidores, cresce a avaliação de que a movimentação é, na prática, parte do jogo duplo de Edvan Amorim, que mantém sob sua influência tanto a legenda quanto a Prefeitura de Aracaju.
Segundo o vereador Elber Batalha, Edvan já controla de 70% a 80% das secretarias municipais, especialmente as mais robustas em orçamento. A prefeita Emília Corrêa (PL), nesse cenário, seria apenas uma figura decorativa, enquanto os rumos da administração estariam nas mãos dos irmãos Amorim.
A tentativa de emplacar Rodrigo Valadares no PL reforça essa leitura: trata-se de mais uma peça no tabuleiro para manter Edvan como verdadeiro fiador do partido no estado, ainda que, publicamente, ele adote o discurso de afastamento.
“Meu tempo no PL já passou, defendo Emília ou Valmir na presidência estadual do partido”, afirmou Amorim, em declaração que soou, nos bastidores, mais como manobra.
O contraste entre discurso e prática é justamente o que alimenta a tese do jogo duplo: enquanto se apresenta como alguém fora da disputa, Edvan costura alianças e amplia sua rede de influência. O resultado é um controle velado, porém cada vez mais evidente, tanto sobre a gestão municipal quanto sobre os rumos do PL em Sergipe.