Uma lei enviada pelo então prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (Republicanos), em 2015, voltou a repercutir nas redes sociais e nos bastidores políticos ao expor uma das decisões mais controversas de suas gestões à frente do município.
À época, Valmir encaminhou à Câmara Municipal um projeto que autorizava o Poder Executivo a delegar à iniciativa privada, por meio de contrato de concessão, os serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário em Itabaiana.
O texto também estabelecia que os serviços seriam remunerados principalmente por meio da cobrança de tarifas diretamente dos usuários, com possibilidade de implementação de serviços adicionais, além de prever reajustes tarifários anuais com base em índices oficiais de inflação. Outro ponto que chama atenção é o prazo da concessão, que poderia chegar a até 35 anos, garantindo longo período de exploração do serviço pela empresa vencedora.
A proposta foi aprovada pelo Legislativo municipal, abrindo caminho formal para a privatização do serviço essencial. No entanto, a medida teve seus efeitos suspensos pelo Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), após questionamentos judiciais que apontaram riscos e irregularidades no processo, impedindo que a lei fosse colocada em prática.
O episódio contrasta diretamente com o discurso atual de Valmir, que tenta se apresentar como crítico ferrenho de privatizações e defensor intransigente do interesse popular. A existência de uma lei sancionada por ele próprio, autorizando concessão privada, cobrança de tarifas e contratos de longa duração, desmonta toda e qualquer narrativa construída posteriormente.
