Resta menos de uma semana para o processo de eleições diretas do PT, quando a militância irá escolher a próxima direção interna da sigla. E o candidato à presidência estadual em Sergipe, da ala do ministro Márcio Macedo, Cássio Murilo, segue insistindo no frágil e perigoso discurso que ataca a própria legenda, dando munição a opositores do partido no Estado.
Em entrevista nesta terça-feira, por exemplo, Cássio afirmou em alto e bom som que há disputas internas no PT de Sergipe, justamente ao tentar atingir o senador Rogério Carvalho, que desponta como favorito disparado na disputa pelo comando estadual da sigla.
O problema não é reconhecer que há divergências, mas a forma como o candidato tem conduzido seu discurso: alimentando uma narrativa de caos interno que interessa muito mais à oposição do que à militância petista. Não por acaso, suas falas já circulam em grupos ligados a adversários do partido e são exponencialmente exploradas por comunicadores ligados a grupos de direita.
Mas, a tentativa de colar essa imagem em Rogério para a militância não tem surtido efeito. Afinal, o senador é favorito não por acaso, mas pelo resultado de seu trabalho desenvolvido junto ao atual presidente estadual, deputado João Daniel e a militância. O trio tem mantido o PT na linha de frente das grandes disputas políticas de Sergipe, com protagonismo e fidelidade ao campo progressista.
Já a ala representada por Márcio Macedo, Eliane Aquino e o próprio Cássio tem sido alvo de críticas recorrentes por tentar esvaziar o partido, rifando candidaturas e negociando apoio com grupos que buscam o enfraquecimento do PT, caindo num jogo claro dos adversários: enfraquecer o partido para controlá-lo.
Por fim, essas ações que sangram a sigla não interferem no resultado direto do PED, mas dá muita munição para os inimigos do Partido dos Trabalhadores atacarem a sigla não somente agora, mas no próprio pleito. A mensagem que fica para a população é que a legenda está em desordem. É como minha mãe sempre disse: “roupa suja se lava dentro de casa, na rua vocês lutam juntos”. E o PT Sergipe, ou pelo menos a ala de Marcio Macedo e Cássio não aprenderam isso e o partido pode pagar essa conta.