quarta-feira, fevereiro 5, 2025

Ex-prf diz que utilizou bomba de gás diante da impossibilidade da contenção de Genivaldo Santos

Nesta quinta-feira (5), décimo dia do julgamento dos ex-policiais rodoviários federais acusados pela morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, durante uma abordagem na BR-101, em Umbaúba (SE)Paulo Rodolpho Lima Nascimento prestou depoimento. Kleber Nascimento Freitastambém será interrogado ainda nesta quinta. No dia anterior, depôs William de Barros Noia

Genilvado morreu após ter sido trancado no porta-malas de uma viatura da PRF e submetido à inalação de gás lacrimogêneo. Os réus são acusados pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado. Elesestão presos desde 14 de outubro de 2022, e foram demitidos da PRF após determinação do Ministro da Justiça, em agosto de 2023

O depoimento de Paulo Rodolpho, 44 anos, aconteceu das 9h04 às 16h03. Ele disse que no grupo de motociclismo tático em que atuava, havia uma rotina diferenciada, com turnos de doze horas, três plantões por semana. A abordagem que resultou na morte de Genivaldo, ocorreu em uma quarta-feira. Na segunda-feira, dois dias antes, eles também atuaram em Umbaúba. Nesse dia, dois rapazes vinham em uma moto entrando na BR e, quando viram a viatura, voltaram no sentido contrário. Houve perseguição e a viatura bateu na moto. Segundo Paulo, eles se machucaram e esses machucados foram atribuídos como tortura. Ele ainda ressaltou que não tem qualquer tipo de animosidade com o povo de Umbaúba, já que o pai morava lá. 

No momento em que viram Genivaldo sem capacete, William foi abordá-lo, e ele foi para outra abordagem a motociclista. Durante essa abordagem, recebeu o chamado de William. Quando se aproximou, William já estava no chão, em contato corporal com tentativa de contenção em uma situação considerada crítica, segundo ele. E que ele tinha o dever funcional e ⁠moral de agir. Diante da impossibilidade de contenção de Genivaldo, utilizou a granada de gás lacrimogênio. Confirmou a versão de William de que não avisou verbalmente aos colegas sobre a utilização do artefato. Ainda ressaltou que não tinha o propósito de causar morte e sim de conter Genivaldo. 

Paulo Rodolpho respondeu a perguntas pelo Ministério Público Federal. Já William Noia não aceitou ser interrogado pelo MPF, um direito do réu.